Um exército de mais de 600.000 descontentes, mais aqueles milhares não contabilizados pelos números oficiais, mais ainda as respectivas famílias, mais todos os trabalhadores precários humilhados e subjugados por contratos a termo, por inexistência de contrato, a recibos verdes, por perda e ausência de direitos laborais...! Só em Portugal, um país diminuto de dez milhões de habitantes, são milhões os descontentes com razões legítimas para se revoltarem!!!
A classe dominante em Portugal bem tem razões para ter medo. Muito medo!!! Por isso ela faz uso de todos os instrumentos mediáticos. Por isso os jornais, a rádio, a televisão, todas as reportagens jornalísticas e os noticiários procuram ser anestésicos à raiva colectiva, procuram conter o vigor revolucionário da mudança, reprimir a força das massas, o sonho e o desejo legítimos de que um outro mundo é possível, uma sociedade mais justa é alcançável.
Ouvem-se os comentadores do costume, jornalistas sem dignidade, mercenários da informação, uma classe de vendidos abastados, de supostos intelectuais, de supostos técnicos em contabilidade, finanças, economia política... São escumalha trajando fato e gravata, com a presunção cínica de serem neutros quando mais não são do que mordomos da classe dominante. Manifestações?!? «Perda de tempo» dizem. Greves?!? «Não levam a nada» acrescentam. Propagandeiam a doutrina do pensamento único. Procuram impor o discurso imobilista do desânimo, do descrédito na combatividade sindical e popular.
Ouve-se a cantilena dos sacrifícios, a falácia da falta de alternativas, «é porque tem de ser assim e não há outra saída». Estes fazedores de opinião pregam a repressão dos outros, do povo, em contradição com o seu próprio alto nível de vida. Se ganhassem o salário médio nacional, já para não falar no salário mínimo, com certeza adoptariam um outro discurso. São pulgas e a classe dominante é uma cadela gorda e egoísta!!!
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